Testamento de peão
Wilson Paim
Meus cabelos tem a cor dos gelos da madrugada
Meus pés que quebraram geadas mau conseguem me apoiar
Sei que Deus vai me chamar em seguida pra o seu lado
Vou feliz por ter deixado uma herança partilhar
Não tenho um palmo de terra criação só o cusco amigo
Que talvez siga comigo até a última morada
O rancho a beira da estrada não é meu é do patrão
Os arreios também são na guaiaca fica nada
(Quem quiser ser meu herdeiro que siga a sina de peão
Não vai viver com dinheiro mas vai morrer com a razão
Quem quiser ser meu herdeiro que siga a sina de peão
Não vai viver com dinheiro mas vai morrer com a razão)
Mas deixo as marcas das mãos no couro gasto do laço
Deixo a força do meu braço nos arames que espichei
Deixo as cordas que trancei deixo abertos mil caminhos
Deixo o gosto dos carinhos dos lábios de quem amei
Deixo meu sangue no sangue de algum piazito atrevido
Deixo meu suor espremido fertilizando este chão
Deixo a sombra do galpão pra algum andejo cansado
E deixo o açude pra o gado, matar sede no verão
Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Wilson Paim e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: