Pau de Fumo
Wilson Paim
Volteia as vacas, corta lenha e enche a pipa
Raciona o flete preferido do patrão
Tu sabes bem para que serve um cavalete
Não deixa apegos atirados pelo chão
Pega na enxada e vai logo pra o cercado
Mas não esqueça do veneno pras formigas
No milharal aterra as vergas com capricho
Para que cresçam bem viçosas as espigas
Quero que antes de fazer a recorrida
Recolha o charque estendido no varal
Não quero ver ovelha nossa em campo alheio
E nem terneiro extraviado no chircal
Jamais esqueça de ajeitar a carretilha
Deixe uma junta de bois mansos no potreiro
Por que a patroa sempre sai junto com as filhas
A meia tarde pro passeio domingueiro
Por que a patroa sempre sai junto com as filhas
A meia tarde pro passeio domingueiro
Eu sei que um dia me transformo em quebra-freio
Pois minha vida, quase escrava, há de ter fim
Mesmo que eu traga desventura de ser negro
Na realidade todos são iguais a mim
Jamais esqueça de ajeitar a carretilha
Deixe uma junta de bois mansos no potreiro
Por que a patroa sempre sai junto com as filhas
A meia tarde pro passeio domingueiro
Por que a patroa sempre sai junto com as filhas
A meia tarde pro passeio domingueiro
Eu sei que um dia me transformo em quebra-freio
Pois minha vida, quase escrava, há de ter fim
Mesmo que eu traga desventura de ser negro
Na realidade todos são iguais a mim
Mesmo que eu traga desventura de ser negro
Na realidade todos são iguais a mim
Volteia as vacas, corta lenha e enche a pipa
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