Linha Reta
Dino Franco e Mouraí
Não quero ser malcriado, não gosto de grosserias
Mas continuar calado eu acho que é covardia
Tem cantador por aí fazendo estrepolia
Vou entrar no jogo bruto com esses caras fajutos
Que negam os estatutos da própria categoria
O poeta sertanejo com sua filosofia
Ele mostra a natureza através da poesia
Poeta fala de amor e não de pornografia
Quem quer alcançar a meta deve andar em linha reta
Poeta que é poeta não escreve porcaria
Há um tipo de canção que já nasce em agonia
É como fogo de palha, sucesso pra poucos dias
A moda sofisticada, caboclo não aprecia
A canção tem que ser pura, sem desvio e sem rasura
Sertanejo não mistura macarrão com melancia
Cada coisa em seu lugar, cada Santo tem seu dia
A casa sem alicerce não aguenta ventania
A música sem origem é fraca, vulgar e fria
Ainda se vê bastante cantador ignorante
Esperando o elefante no carreiro da cotia
Uma praga estrangeira em forma de melodia
Contagiou muitas duplas de pouca sabedoria
Mas eu creio nos caboclos que tem a mente sadia
Nestes versos derradeiros digo ao meu companheiro
Violeiro que é violeiro não canta desarmonia
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