Manhã do Juízo
Filomena Camillo
Sonhei que a manhã do juízo rompeu ao tocar o clarim
Sonhei que as nações junto ao trono reunidas estavam enfim
Um anjo glorioso descendo se pôs sobre a terra e o mar
A mão para o céu apontando jurou não haver mais tardar
Jurou não haver mais tardar
Milhões de perdidos choravam em clamor, tristezas e ais
Às rochas bradavam e aos montes. Mas, oh, era tarde demais
Mas, oh, era tarde demais
O rico surgiu, mas seu ouro em pó a ferrugem desfez
A conta com Deus contraída é grande demais desta vez
Estavam ali poderosos. Não tinham, contudo, poder
O livro, os anjos acharam nenhuma grandeza conter
Nenhuma grandeza conter
Vi muitas viúvas e órfãos, vi ébrios e homens do mal
Também quem se enriquecera vendendo bebida fatal
Daqueles que a Deus procuraram o anjo seu pranto enxugou
Aos néscios, perversos, impuros, a estes porém, condenou
A estes porém, condenou
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