No He Reblato
Que Pasa
Não Me Rendi
No He Reblato
Não me rendi, da escuridão voltei
No he reblato, d'a escureldá tornato
Eu sou a voz daqueles de quem você esqueceu
Yo soi a boz de aquérs de qui t'has xublidato
Te vejo assutafo, já estou todo destroçado
Te beigo xorrontato, ya soi escruxinato
Mas não morto, pois ainda não me rendi
Mas no amortato, pues encara no he reblato
Não me rendi, da escuridão voltei
No he reblato, d'a escureldá tornato
Eu sou a voz daqueles que você se esqueceu
Yo soi a boz de aquérs de qui t'has xublidato
Te vejo assutado, já estou todo destroçado
Te beigo xorrontato, ya soi escruxinato
Mas não morto, pois ainda não me rendi
Mas no amortato, pues encara no he reblato
Dos altos picos onde estou tocoando o céu
Dende as alteras tucas an bi soi tocando zielo
Até os fundos vales, chorando no nível do chão
Dica ras fundas bals chemecando á ran de suelo
Grito no gelo e no deserto vazio
Chilo en o chelo y en o disierto buedo
Sopro na ventania que te empurra pela manhã
Soflo en o zierzo que t'empenta maitinero
Sou essa voz que abre sua mente de par em par
Soi ixa boz que t'ubre l'esmo batalero
Ainda que geralmente não reconheçam meu uso
Anque asobén no reconoxcan o mío emplego
Antes primeiro, por que hoje sou o último?
Antis primero, por qué güei soi zaguero?
Eu era a palavra viva no seu foro
Yo yera la parola biba en o tuyo fuero
Não deixem morrer a minha voz, rebelem-se todos
No dixez morir a mía boz, rebellar-bos toz
Que o relógio não pare nestes tempos cruéis
Que ro reloch no s'ature en iste inte atroz
Que dos pequenos pedaços se faça uma foz
Que á ros chicoz trozos faiga una foz
Como flores de arroz em milhares de buracos
Como flors de roz en milenta cloz
Regue-as, cuide delas
Ruxia-las, cudia-las
Crescendo fortes, depois recolha-as
Crexendo zereñas, dimpués replega-lás
Este é o paço que começa a envestida
Iste ye o trango que empezipia ra enrestida
Já posso dormir de noite novamente, sara-se a ferida
Ya puedo adormir de nuéis, zarra ra ferida
Não me rendi, da escuridão voltei
No he reblato, d'a escureldá tornato
Eu sou a voz daqueles que você se esqueceu
Yo soi a boz de aquérs de qui t'has xublidato
Te vejo assutado, já estou todo destroçado
Te beigo xorrontato, ya soi escruxinato
Mas não morto, pois ainda não me rendi
Mas no amortato, pues encara no he reblato
Não me rendi, da escuridão voltei
No he reblato, d'a escureldá tornato
Eu sou a voz daqueles que você se esqueceu
Yo soi a boz de aquérs de qui t'has xublidato
Te vejo assutado, já estou todo destroçado
Te beigo xorrontato, ya soi escruxinato
Mas não morto, pois ainda não me rendi
Mas no amortato, pues encara no he reblato
Dizem que sou inventada
Dizen que soi inbentata
Que nenhuma linha escrita é real, apenas uma língua imaginada
Que garra linea escrita ye real, solo una fabla esmaxinata
Talvez sejam fantasmas os que fazem essa sonata
Puestar sigan pantasmas que os fan ista sonata
Ou talvez eu tenha sido ocultada, desnudada e esfolada
Puestar que estié amargata, espellata y espullata
Quem é que ri ao ouvi-la?
Qui ye que se'n ride en ascuitar-la?
Quem é que luta para elevá-la?
Qui ye o que luita por alzar-la?
Defender não é obrigá-los a falar-a
Esfender no ye obligar-bos a fablar-la
Mas defender não é sufocar até matá-la
Pero esfender no ye afogar dica amortar-la
Olhe essa magia, verso a verso ruge
Mira ista maxia, chisla á chisla ruxia
Quando a plebe chega, está cheia de raiva
Cuan plega la plebia ye plena de rabia
Mensagem nebulosa, juntos fazemos memória
Mensache nimbia, chuntos femos a memoria
Empurrando para frente a retidão da história
Empentando á ixena ra enderezera de ra istoria
Levantem as mãos se vocês são
Debantaz as mans si busatros soz
Parte deste plano, haverá um dia em que todos
Parti d'iste plan, bi abrá un diya en que toz
Ao erguer o olhar, faremos um lugar
En debantar a bista, faremos un lugar
Onde se possa estar em um caldeirão de pó, neblina, vento e Sol
Ta que pueda estar en un cresol polbo, boira, biento e sol
Não me rendi, da escuridão voltei
No he reblato, d'a escureldá tornato
Eu sou a voz daqueles que você se esqueceu
Yo soi a boz de aquérs de qui t'has xublidato
Te vejo assutado, já estou todo destroçado
Te beigo xorrontato, ya soi escruxinato
Mas não morto, pois ainda não me rendi
Mas no amortato, pues encara no he reblato
Não me rendi, da escuridão voltei
No he reblato, d'a escureldá tornato
Eu sou a voz daqueles que você se esqueceu
Yo soi a boz de aquérs de qui t'has xublidato
Te vejo assutado, já estou todo destroçado
Te beigo xorrontato, ya soi escruxinato
Mas não morto, pois ainda não me rendi
Mas no amortato, pues encara no he reblato
Subindo em outro nível, ouvirão amanhã
Puyando en altro ran, maitín ascuitarán
Músicas de rap farão, depois se levantarão
Cantas de rap farán, repuis devantarán
Com raiva lutarão, um sonho que farão
Con raisma luitarán, un suenio que farán
Pura realidade e as palavras voltarão
Reyalidad de raso e ras parolas tornarán
Chegarão, fluirão, em piadas descerão
Plegarán, fluyirán, en nabatas baxarán
Brilharão, nas ruas conversarão
Brilarán, en as carreras charrarán
Velhos e jovens, mulheres, crianças e adultos
Biellos e chóvens, mullérs, chicoz e grans
Juntando sons com sentido falarão
Relingando sonitos con sentido fablarán
Verão que há outro som, antes de irem embora
Beyeran d'an bi son, enta án en ban
Acreditarão que é possível outro plano
Creyerán que ye posible un atro plan
Lutarão para permanecer nesses vales
Luitarán por remanir en ixas bals
Nessas terras secas com espiga farão pão
En ixas terras xutas con a espiga farán pan
Farão pão, mas não chorarão mais
Farán pan, pero no plorarán pas
Rasgarão pela escuridão como lâmpadas
Rechirarán n'a escureldá com lampas
Ultrapassarão as fronteiras e as armadilhas
Trespasarán as mugas e ras trampas
Quebrando a barreira como quando a neblina se dissipa
Trencando ra medrana como cuan a boira escampa
Não me rendi, da escuridão voltei
No he reblato, d'a escureldá tornato
Eu sou a voz daqueles que você se esqueceu
Yo soi a boz de aquérs de qui t'has xublidato
Te vejo assutado, já estou todo destroçado
Te beigo xorrontato, ya soi escruxinato
Mas não morto, pois ainda não me rendi
Mas no amortato, pues encara no he reblato
Dedicado àqueles que lutam pelas línguas minorizadas
Adedicato á ra chen que luita por las fablas minorizatas
Porque todos somos minoria neste planeta estragado
Porque toz somos minoria en iste planeta estricallato
Avante!
Abala-ne!
Se o aragonês não existe
Si l'aragonés no esiste pas
Isso é apenas o grito dos fantasmas
Iste ye ro chilo d'os pantasmas
Que te fazem chorar em seus sonhos
Que te fan plorar en os tuyos suenios
Conta pra sua mãe
Dí-le-ne á tu mai!
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