Martírios
Vicente Celestino
Sem a musa para me inspirar
Sem o aroma estranho duma flor
Sem a lira para recordar
a glória imensa de um amor
não sou mais que um infeliz Pierrô
escondendo a dor a gargalhar
pela estrada do martírio
tão triste quanto um lírio
que morre sem desabrochar
Como o som de um campanário
que transmudou o cenário
num manto azul de dor
Fim de uns restos de martírios
Um lacrimário de lírios
amortalhando um grande amor
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