Tribeira
Vidal Assis
Vivo eu recolhidinho
Escondido num trapiche
De pau-a-pique e sapê
E sabiás-laranjeira
Espantam qualquer tristeza
E se ama pra valer
Lá não tem eira nem beira
Mas há sempre uma esteira
Pro corpo refestelar-se
Tem feijão, arroz, mandioca
Broa de milho, angu e paçoca
De a própria fome espantar-se!
Inexistindo ruindade
E havendo paz, calmaria
Te conto: A felicidade
Não se ausentou um só dia
Não se ausentou um só dia!
Mas qual o quê, meu cumpadi
Vivo é num esbanjamento
De muito sonho e mentira
Vivo pensamenteando
Minto tanto pra mim mesmo
Que minh’alma se arrupia
E nessa casa sem eira
Sem beira e nem tribeira
Não há jeito-maneira
De ser mais desinfeliz
Falta amor destrambelhado
Bem grudento e derramado
Do jeito que eu sempre quis
Afago a tonta esperança
Que essa tal felicidade
Que só de sonhá-la, enlouqueço
Um dia talvez me apareça
A me implorar, quase aos prantos
Que o meu coração a receba
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