Vidas Divididas
Conrado e Aleksandro
Flores que sobem porteiras levantam poeiras pra iluminar
Fadas e sonhos perdidos, tempos esquecidos no sertão de cá
Sinto sozinho e sangrando mágoas que chorando consigo esconder
Num céu claro de alegrias, contos, fantasias, guerras sem poder
Ouço o suspiro na mata, coração maltrata incerta paixão
E o alazão frente aberta sente a coberta do pasto na mão
Desde a sua partida, seguir minha vida amado por ti
Vento sente o coração, invade o sertão onde eu te conheci
Eu lacei o boi fumaça, depois da pirraça que ele me fez
Laço o couro de novilha, bateu na forquilha da guampa da rês
Canário canta sozinho, ficou doentinho, dormiu e morreu
Pra mim cantar a tristeza e sentir a nobreza que o Senhor me deu
Mas espero a sua volta, eu tenho a escolta de anjos do bem
Luas, fadas e duendes, escovas de dentes eu guardei também
Me cobre de beijo e cheiro, boiada e mangueiro, sonhos de guri
Cobre a terra de enxada e a roça de água pro sonho seguir
Hoje, na porta, eu vi seu sorriso entrando pra me invadir
Te joguei no chão da sala, cai sua mala, chora o colibri
Duas vidas divididas, estradas compridas que morrem aqui
Viola e céu estrelado, o meu amor do lado para me cobrir
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