Cordilheira
José Fortuna
A cordilheira, riscando ao longe o horizonte, pequenos e grandes montes, formam sua espinha dorsal
Dois elevados parecem seios da terra, da natureza que espera, em seu leito nupcial
Altos e baixos, dividem o verde do azul, para o norte e para o sul, cordilheiras me rodeiam
Sou tão pequeno perante tua grandeza, que minha vida está presa, na tua verde cadeia.
Também eu tenho altos e baixos na vida é a cordilheira perdida, no horizonte da existência
A parte alta é quando você está perto, a parte baixa é o deserto, que fica na tua ausência.
E quando a lua aparece atrás do morro, abre o leque cor-de-ouro, dando boa noite pra terra
A cordilheira desenhada para o céu, parecendo um fogaréu, que incendeia toda a serra
Sou cordilheira no poente do destino, onde há pouco o sol menino, se deitou para dormir
Também minha alma, cordilheira da saudade, escondeu o sol da tarde, para nunca mais sair.
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