Eu recebi um chamado
Pra pegar um boi caborteiro
Que estava refugiado
Na estância de um fazendeiro

Com oito anos de idade
Nunca conheceu mangueira
Já tinha desafiado
A peonada do seu João Boeira

Encilhei o meu cavalo
Que apelidei costumeiro
Atei meu laço nos tentos
E fui pegar o tal matreiro

Levei os meus três cachorro
O Campeiro e pitoco
E tambem levei o Lorde
Que morde que não é pouco

Saiu abeirando mato
E armei meu laço campeiro
Mandei entra meus cachorro
E acharam num marmeleiro

Saiu rebentando galho
E eu tava de laço armado
Quando cruzou num campestre
Fiz ele cai sentado

Eu só escutei o barulho
Que vinha abrindo picada
Cortei o rastro e larguei
Lacei de fundo de armada

Quando ele me avistou
Arrepiou o pelo inteiro
E me fez uma pegada
E eu me defendi ligeiro

Sai com o boi no laço
Em direção a mangueira
Cheguei na frente da estância
E gritei pro seu João Boeira

Aqui vem o boi famoso
Que nunca conheceu corda
Se quiser carnear eu lhe ajudo
Não sei se o senhor concorda

Gritou pode sangra o boi
Pra nós faze um churrasco
E os chifre dele tiremo
Que eu quero fazer dois frasco

Do coro eu vô faze um laço
Que vai ficar na história
Daquele boi caborteiro
Que sempre contou vitória

Composição: Mano Dias e Cláudio do Canto