Cabaré
Elis Regina
Na porta lentas luzes de neon
Na mesa flores murchas de crepom
E a luz grená filtrada entre conversas
Inventa um novo amor, loucas promessas
De tomara-que-caia surge a crooner do norte
Nem aplausos, nem vaias, um silêncio de morte
Ah, quem sabe de si nesses bares escuros
Quem sabe dos outros, das grades, dos muros
No drama sufocado em cada rosto
A lama de não ser o que se quis
A chama quase morta de um sol posto
A dama de um passado mais feliz
De tomara-que-caia surge a crooner do norte
Nem aplausos, nem vaias, um silêncio de morte
Ah, quem sabe de si nesses bares escuros
Quem sabe dos outros, das grades, dos muros
Das grades, dos muros
Um Cuba-libre treme na mão fria
Ao triste strip-tease da agonia
De cada um que deixa o cabaré
Lá fora a luz do dia fere os olhos
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