Lábios que beijei
Mãos que eu afaguei
Numa noite de luar assim
O mar, na solidão, bramia
E o vento, a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim

Nada tu ouviste e logo partiste
Para os braços de outro amor
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou a estátua perenal da dor

Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus tem compaixão deste infeliz!
Por que sofrer assim?
Compadecei-vos de meus ais

Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor
Lábios que beijei
Mãos que eu afaguei
Volta, dai lenitivo à minha dor

Nada tu ouviste e logo partiste
Para os braços de outro amor
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou a estátua perenal da dor

Composição: J.Cascata / Leonel Azevedo