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O Verso e o Perverso

Alex Frechette

Quando a gente organiza nossa própria nebulosidade
Se dá conta que a palavra mesmo com sua opacidade
Não é necessariamente uma boa palavra

O verso e o perverso do entusiasmo dos nossos corpos
Vide o verso, vide o verbo, vis-a-vis de desejos tortos
E de trivialidades importantes

A vontade e a contra-vontade
E a fartura da nudez moderna
Quais são os tabus que mantêm as tiranias?
E quais são aqueles que incitam a curiosidade do saber?

Nebulas nostras componere est sire: Verbum non verbum

Essas coisas tateantes que são a verdade e o espelho
Nas adversidades das epifanias

Quem é eficiente é penalizado com mais trabalho
Árduo corpo de aberturas endogênicas

E ainda desconfio que os afrescos que inspiram ficções
São os mesmos que endossam, que reforçam as fricções
São os mesmos que reforçam as fricções

Composição: Alex Frechette