Discepolín (part. Raúl Berón)
Sobre él mármol helado
Migas de medialuna
Y una mujer absurda
Que come en un rincón
Tú musa está sangrando
Y ella se desayuna
Él alba no perdona
No tiene corazón
Al fin ¿quién es culpable
De la vida grotesca?
¿Ni del alma manchada
Con sangre de carmín?
Mejor es que salgamos
Antes de que amanezca
Antes de que lloremos
Viejo Discepolín
Conozco de tu largo aburrimiento
Y comprendo
Lo que cuesta ser feliz
Y al son de cada tango
Te presiento
Con tu talento enorme
Y tu nariz
Con tu lágrima amarga
Y escondida
Con tu careta
Pálida de clown
Y con esa sonrisa
Entristecida
Que floreces en versos
Y en canción
La gente se te arrima
Con tu montón de penas
Y tu las acaricias
Casi como un temblor
Te duele como propia
La cicatriz ajena
Aquel no tuvo suerte
Y está no tuvo amor
La pista se ha poblado
Al ruido de la orquesta
Se abrazan bajo él foco
Muñecos de aserrín
¿No ves que están bailando?
¿No ves que están de fiesta?
Vamos que todo duele
Viejo Discepolín
Discepolín (part. Raúl Berón)
Sobre o mármore gelado
Migalhas de croissant
E uma mulher absurda
Que come num canto
Tua musa está sangrando
E ela se serve
A aurora não perdoa
Não tem coração
No fim, quem é o culpado
Dessa vida grotesca?
Nem da alma manchada
Com sangue carmesim?
É melhor a gente sair
Antes que amanheça
Antes que a gente chore
Velho Discepolín
Conheço teu longo tédio
E entendo
O quanto é difícil ser feliz
E ao som de cada tango
Te pressinto
Com teu talento imenso
E teu nariz
Com tua lágrima amarga
E escondida
Com tua máscara
Pálida de palhaço
E com esse sorriso
Entristecido
Que floresce em versos
E em canção
A galera se aproxima
Com tuas muitas penas
E tu as acaricias
Quase como um tremor
Te dói como se fosse tua
A cicatriz alheia
Aquele não teve sorte
E este não teve amor
A pista se encheu
Com o barulho da orquestra
Se abraçam sob a luz
Bonecos de serragem
Não vê que estão dançando?
Não vê que estão de festa?
Vamos, que tudo dói
Velho Discepolín