La Última Curda (part. Roberto Goyeneche)
Lástima bandoneón, mi corazón
Tu ronca maldición maleva
Tu lágrima de ron, me lleva
Hacia el hondo bajo fondo
Donde el barro se subleva
Ya sé, no me digas, tenés razón
La vida es una herida absurda
Y es todo, todo tan fugaz
Qué es una curda, nada más
Mi confesión
Contame tu condena
Decime tu fracaso
No ves la pena que me ha herido
Y hablame simplemente
De aquél amor ausente
Tras un retazo del olvido
Ya sé que me hace daño
Yo sé que te lastimo
Llorando mi sermón de vino
Pero es el viejo amor
Qué tiembla bandoneón
Y busca en un licor que aturda
La curda que al final
Termine la función
Corriendole un telón
Al corazón
Y poco de recuerdo y sin sabor
Gotéa tu rezongo lerdo
Marea tu licor y arrea
La tropilla de la zurda
Al volcar la última curda
Cerrame el ventanal
Qué arrastra el Sol
Su lento caracol de sueños
No ves que vengo de un país
Qué está de olvido siempre gris
Tras el alcohol
A Última Bebedeira (part. Roberto Goyeneche)
Lamento, bandoneón, meu coração
Sua maldição rouca e malvada
Sua lágrima de rum me leva
Para o fundo profundo e sombrio
Onde a lama se levanta
Já sei, não precisa dizer, você tem razão
A vida é uma ferida absurda
E é tudo, tudo tão passageiro
O que é uma bebedeira, nada mais
Minha confissão
Me conta sua condenação
Me diz seu fracasso
Não vê a dor que me feriu
E me fale simplesmente
Sobre aquele amor ausente
Atrás de um pedaço do esquecimento
Já sei que me faz mal
Eu sei que te machuco
Chorando meu sermão de vinho
Mas é o velho amor
Que treme, bandoneón
E busca em um licor que embriaga
A bebedeira que no final
Termina a apresentação
Fechando a cortina
Do coração
E pouco de lembrança e sem sabor
Goteja seu lamento lento
Mareia seu licor e empurra
A tropa da esquerda
Ao derramar a última bebedeira
Fecha a janela
Que arrasta o Sol
Seu lento caracol de sonhos
Não vê que venho de um país
Que está sempre esquecido e cinza
Atrás do álcool
Composição: Cátulo Castillo