Violência

Experimente a carapuça irmão e vê se serve
No mundão ou na selva, é esmagado como verme
Suas atitudes, que define o seu lugar
Em que lugar se vai ta, na cadeia alimentar?
Pra quem ta indeciso, não sabe qual lado vai ficar
Cobrança é mato, é melhor você se preparar
Agora é tarde pra se arrepender, não tem apelo
Ladrão é foda, não tem pena, pega e senta o dedo
Vacilo na rua irmão, vai ficar pequeno
Quem é fraco não tem jeito, amarga o veneno
Certo pelo certo, sempre foi assim
A lei da rua vale pra você, também vale pra mim
Nascido caçador, ouça o meu depoimento
Passando por dificuldades, vou sobrevivendo
Não deixo falha, por isso que eu to aqui
Quem é a caça fica esperto, porque vai cair

Será que um dia, a violência terá fim?
Até que ponto, vamos resistir?
Qual o bem, que a violência te traz?
Aonde nós vamos parar?

A paz está perdida e não sei onde procurar
Venho através da música, poder me expressar
A vergonha que sinto, quando vejo no jornal
Irmão matando irmão, parecendo ser normal
A mina sem chance, acaba vendendo seu corpo
Rala a noite toda, pra poder tirar um troco
Quis só fazer o mundo, queria perseverança
Mas estragamos tudo, pela nossa ganância
Pessoas que te traem, pra poder ter mais dinheiro
Querendo subir na vida, se vendendo a qualquer preço
Cansei de lutar, pela merda do país
Quem tampa os ouvidos, não escuta o que o povo diz
Não quero mais chorar, a perda de um familiar
A bala perdida, mata sem ao menos perguntar
Se foi o culpado, de toda aquela confusão
Bandido e policia, numa guerra sem perdão

Será que um dia, a violência terá fim?
Até que ponto, vamos resistir?
Qual o bem, que a violência te traz?
Aonde nós vamos parar?

Nas rádios, nos jornais na internet, na tv
Um homem mata a mulher e depois diz que foi sem querer
O pai que joga a filha, da janela do prédio
O boy que queima o índio, pra fugir do tédio
Criança sai da escola e toma bala perdida
Pergunto pra você: O que você faria?
Se fosse um filho, seu no lugar do bandido
Entregaria a policia? Ou escondia o delito?
Quando o bandido é pobre, é falta de instrução
E quando ele é rico? Qual é a explicação?
Você confia a segurança, do seu filho a alguém?
Então eu lhe pergunto: Você confia em quem?
Cidades brasileiras, estão vivendo na miséria
Político que rouba, renuncia e já era
É difícil acreditar, mas é a mais pura verdade
O culpado hoje ta solto e o inocente, atrás das grades

Será que um dia, a violência terá fim?
Até que ponto, vamos resistir?
Qual o bem, que a violência te traz?
Aonde nós vamos parar?

Invadindo seu estéreo e chamando sua atenção
Transformando em levada, o sofrimento da nação
De quem mora na favela, na praia, no morro, na quebrada
Ou de quem é, morador lá da baixada
Que passa todo dia e vê a violência
Travando uma batalha, com a inteligência
Em que mundo nós estamos? Pra onde que nós vamos?
Que fim será dado, para os seres humanos?
É tanta gente morrendo, matando, brigando, roubando, xingando
E o nosso povo, está se dizimando
Por motivos tão pequenos, que nem damos atenção
Desemprego, pobreza, miséria, falta de opção
Dependentes do dinheiro, escravos da bebida
Alguns usando drogas, pra poder fugir da vida
Acorda sangue bom, enxergue a realidade
Anjos da rua pede paz, antes que isso seja tarde

Será que um dia, a violência terá fim?
Até que ponto, vamos resistir?
Qual o bem, que a violência te traz?
Aonde nós vamos parar?

Será que um dia, a violência terá fim?
Até que ponto, vamos resistir?
Qual o bem, que a violência te traz?
Aonde nós vamos parar?