Eu consigo te ver sozinho
Escondido
No meio da multidão

Já te vi até sorrindo
Mentindo
Pra se sentir um irmão

Mas por dentro eu sei
Seu quadro é negro de carvão
Sujo como carvão
Roubou a sua razão

Você não se despediu
Saiu
Deixou todos na mão

Partiu sem moral
Ilegal
Dentro da sua decisão

Mas por dentro eu sei
Seu quadro é negro de carvão
Sujo como carvão
Pintou seu corpo no chão

Vai!
Dê as caras
Mostre o rosto
Não abaixe a cabeça
A chuva ainda não bate no olho.

Sai!
Saia daqui
Mas antes olhe no rosto
O espelho do gosto
Doce de quem quer viver

Pintado no desespero do normal
Do padrão, da moral
Misturado no sangue que corre à mão
Que se estendeu em vão

Composição: Marcos Hunger