Eu sinto tanta raiva que amar parece errado

Tive um ótimo dia
Com essa gostosa numa exposição de arte moderna
Anda tudo bem demais pra num dar merda
Como Atlas, sinto a responsabilidade nas costas
Me perguntam, mas não tenho resposta
Jovem demais pra ser representante de algo
Você se parece comigo, por que me vê como alvo?
A internet lembra minha cidade, guerra de bairros
Negros fazendo outros negros serem cancelados

Cantando sobre o que acontece vejo que poucos mudaram
Quantas vezes você já foi amado?
Cantar sobre amar talvez seja mais revolucionário
Sobre os amigos que matariam por mim ou sobre o sonho de um carro
Nossa gente vencer tem que deixar de ser raro

Nem se a polícia me pedir para parar eu paro
Me recordo dos meus ancestrais, todos continuaram
Me culparam sobre crimes que não cometi e isso é tão errado
Pensei em desistir, mas me acostumei com o peso de ser odiado
Só porque venci querem que eu me sinta culpado
Tudo bem, sempre fui maltratado
Ter autoestima sendo como eu se tornou pecado
Exu do Blues é vilão, um jovem inconsequente, surtado

Chega perto, vou contar um segredo
Se acostume a ver preto e dinheiro
São só notas, baby, não fique com medo
Fiz milhões, continuei negro (surpreendente)

Vença, vença, vença, vença mesmo
Lingerie da Prada, prata e cristais finos
É minha preta mesmo, é minha preta mesmo, é minha preta mesmo

Meu time só ganha, nunca perdemos
Nós é sem destino, o mundo é pequeno
Meu time só ganha, nunca perdemos
Nós é sem destino, o mundo é pequeno

Meu time só ganha, nunca perdemos
Nós é sem destino, o mundo é pequeno
Meu time só ganha, nunca perdemos
Nós é sem destino, o mundo é pequeno
Demais pra nós, demais pra nós
Pequeno demais pra nós

Exú Òdàrà, omokùnrin Ìdólófin, axé!
O lé sónsó sí orí esè elésè, axé!
Kò je, kò jé kí eni nje gbé mì, axé!
A kìì lówó láì mú ti Èsù kúrò, axé!
A kìì lóyò láì mú ti Èsù kúrò, axé!
Asòntún se òsì láì ní ítijú, axé!

Composição: Baco Exu do Blues