O que você chama de amor
Eu chamo de conveniência
O seu amor é dependência
E o meu rancor é poesia

Que não me alimenta
Mas que minha calma sustenta
Seu crime é sua sentença
E culpa minha

Mas vou criar outra você
Ousadia
Depois voltar pra te perder
Todo dia
Um velho livro para reler
Que alegria, que alegria

Me diga: No fim quem errou?
O certo é uma rua estreita
E a sua alma imperfeita
Não é pior que a minha
Que não se endireita
Que o que não sente inventa
Espero que você entenda
Te amo não é bom dia

Ter que criar outra você é covardia
Devolva os dias que eu te dei de alegria
Pague com mais um dia seu, meu

Ver você sarar
Tudo em seu lugar
Trate de esconder
O que for de lembrar
O que eu não vou te dar
E tudo o que eu te dei
(E o que eu não te dei
O que eu nunca dei)

Composição: Cicero Lins