A vida inteira, Mané perseguiu Nicanô
Até o dia em que este também disparou
Da janela da casa de dona Iaiá
E o outro, da trincheira do tanque de Dadá
Todo mundo se escondia para ver a briga de garrucha e bacamarte
O padre abriu as apostas: Para a quermesse, isso vira arte!
O pastor também se pronunciou: Não se esqueça a minha décima parte!
Mas quem chegou pra acabar com a palhaçada, foi o coronel com toda sua jagunçada
Passem o dinheiro para cá. Em terras minhas eu que devo mandar
Ou acabo logo com a briga e ninguém mais vê essa intriga
Foi quando Nicanô e Mané pararam para tomar café
De repente o sanfoneiro, violeiro e zabumbeiro começaram a tocar
- O dinheiro dessa aposta é nosso senão acaba a música e ninguém mais vai brigar!
Mas Nicanô e Mané puseram-se a dar no pé
Com medo daquela ambição, correram juntos em união
O povo não cansou e o povo foi atrás: Voltem seus covarde, para brigar mais!
Eis que correu a multidão debaixo do sol
E não há nada novo no olho do povo que se tenha dó
Eis que correu a multidão debaixo do sol
E não há nada novo no olho do povo que se tenha dó
Crianças ainda brincavam, mas esperavam o sangue jorrar
Mulheres davam suas risadas e torciam para o chumbo entrar
Idosos não podiam correr e gritavam: Voltem para cá!
Eis que correu a multidão debaixo do sol
E não há nada novo no olho do povo que se tenha dó
Eis que correu a multidão debaixo do sol
E não há nada novo no olho do povo que se tenha dó