No Return

Sem Retorno

Verso 1:

sem retorno sem retorno...

não há retorno
sem retorno..

e aí, cientistas se reúnem em um lugar secreto pra debater,
fotografaram a Terra do espaço,
e viram meu rosto.
tentaram traduzir a forma adriática inata
antes que os terremotos finais chegassem, mas era tarde demais
apenas 1/8 da raça humana escapou pro espaço
foram perseguidos por fenômenos voadores até a base lunar.
flotilhas e centros espaciais, lasers sondam a entrada
detectores de código de DNA rejeitam a genética antiga
eu fui enviado por autorização cósmica pra uma patrulha de médicos
efui injetado com pentatol de sódio e interrogado,
transmiti a mensagem do jeito que fui treinado pra lembrar
e mostrei o código do teclado e disse pra eles digitarem
e disse quais botões alfanuméricos eram sensíveis
me arrancaram da mão e começaram a apertar.
Eu disse que a detonação era certa se ele mantivesse e ele nunca parou
só perdeu a calma e explodiu.
Eu baixei a cabeça como 'acho que é isso',
meus ouvidos estouraram, a música parou, e eu não consegui ouvir nada.

(Refrão indistinto)

Verso 2:

Eles jogaram minhas coisas na frente
e abriram a porta
e ele disse que se chamava Muhammed Jamaal e que ficaria comigo até o outono
e disse que o serviço de escolta tinha ligado, e o pacote estaria me esperando na janela
Eu disse 'valeu', ele pegou minhas malas rápido e colocou no porta-malas
depois correu pra frente, bateu a porta e foi embora
saiu devagar, abaixou a janela e me perguntou se eu me importava se ele fumasse
e eu disse 'não', ele acelerou, desligou meu celular, então eu engoli o comprimido de Zoloft
fui dormir e acordei me sentindo meio perdido
Perguntei a ele como estava o tempo ultimamente,
e ele disse que não se importava com o calor e odiava o ar-condicionado
disse que tinha um filho de 18 anos que fazia batidas
e eu era o MC favorito dele
Eu disse 'sério? que doideira.
Vou conhecê-lo mais tarde, e aí Jamaal, você pode me fazer um favor,
quando chegarmos na esquina, para na bodega.'
Saí do carro, entrei, o som da loja tocando feliz navidad
peguei um pacote de camisinhas e fui pra trás da fila
e tinha três talibãs falando bem alto
Um puxou uma Beretta do cinto
a última palavra que ouvi foi uma de quatro letras
Ele olhou nos meus olhos e disse que o crime nunca foi cometido,
porque não há retorno, não há retorno...

(Refrão)

Verso 3:

eu ouvi o toque do telefone vermelho
os quartéis-generais nos informaram que houve uma explosão na zona vermelha
fomos ordenados a nos preparar pra ir
e a vestir nossas roupas de proteção contra armas biológicas.
eu fui no banco da frente, meu parceiro Ramirez dirigia,
o controle de GPS nos deu as coordenadas de onde ir.
Assim que chegamos lá, eu senti o ar quente
por um segundo eu parei e olhei, havia policiais por toda parte.
Eu disse a eles 'precisamos limpar um perímetro quadrado,
temos uma hora até o anoitecer, então acendam algumas sinalizadores.'
e eu fiz a 22ª oração e corri até a segunda cadeira, o elevador que estava lá
e então levantei as mãos no ar
de sinalizar que estava limpo antes de correr escada acima
eu mal conseguia ver, a fumaça estava tão densa no ar.
eu estava visualmente incapacitado, comecei a ficar com medo
eu ouvi uma mulher gritar 'socorro!'
mas eu não sabia onde.
comecei a gritar de volta 'não vou te deixar aqui!'
dizendo pra mim mesmo 'caramba, é difícil respirar aqui'
procurei os cômodos um por um como 'merda, meus pulmões'
Ramirez disse que o caminhão de bombeiros ficou preso na frente.
eu rastejei até o foyer
afim do corredor
e a vi no chão ao lado da porta
eu estava meio inconsciente, mas ignorei a dor
ajudei-a a se levantar e ela estava com o braço imobilizado.
toda aquela coisa preta como alcatrão estava no rosto dela
eu radioei Ramirez tossindo e tentando explicar
eu ouvi ela dizer algo pra mim como 'tá tudo em chamas!'
havia detritos do teto caindo por toda parte
eu olhei nos olhos dela, ela olhou nos meus, foi estranho
depois eu pisquei pela última vez
e nunca mais a vi...

(Refrão)

fim