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Covardia

Carlos Gardel

Cobardía

No se que daño he hecho yo pa' merecer
esta cadena inaguantable de dolor
que cuando no te beso no puedo respirar
y siento que me ahogan tus labios al besar.
De sufrir tanto perdí la dignidad
y no me importa saber que me engañas.
No ves que necesito de vos? Te quiero ver.
Háblame como siempre. Decí que me querés.

Yo se que es mentira
todo lo que estas diciendo,
que soy en tu vida
solo un remordimiento.
Yo se que es de pena
que mentís pa' no matarme
lo se, y sin embargo
sin esa mentira no puedo vivir.

Anoche mismo lo he podido comprobar
que ni la puerta de esta casa respetas,
yo vi con estos ojos los besos que te dio
y oí que se reían burlándose los dos.
Humildemente sin embargo ya lo ves
yo te pregunto: Todavía me querés?
Y cerrando los ojos escucho que juras
que nunca me engañaste, que no me olvidaras...

Covardia

Não sei que mal eu fiz pra merecer
essa corrente insuportável de dor
que quando não te beijo não consigo respirar
e sinto que seus lábios me afogam ao beijar.
De tanto sofrer perdi a dignidade
e não me importa saber que me enganas.
Não vê que preciso de você? Quero te ver.
Fala comigo como sempre. Diz que me ama.

Eu sei que é mentira
tudo que você está dizendo,
que sou na sua vida
só um remorso.
Eu sei que é triste
que você mente pra não me matar
eu sei, e mesmo assim
sem essa mentira não consigo viver.

Ontem à noite eu pude comprovar
que nem a porta dessa casa você respeita,
eu vi com esses olhos os beijos que te deu
e ouvi que os dois riam se zombando.
Humildemente, no entanto, já vê
te pergunto: Ainda me ama?
E fechando os olhos, ouço que juras
que nunca me enganou, que não vai me esquecer...

Composição: Charlo / L. Amadori