Flor amorosa, compassiva, sensitiva, vem, porquê?
És, uma rosa orgulhosa, presunçosa, tão vaidosa
Pois olha a rosa tem prazer em ser beijada, é flor, é flor
Oh! Dei-te um beijo, mas perdoa, foi à toa, meu amor

Em uma taça perfumada de coral
Um beijo dar não vejo mal
É um sinal de que por ti me apaixonei
Talvez em sonhos foi que te beijei
Se tu puderes extirpar dos lábios meus
Um beijo teu, tira-o por Deus
Vê se me arrancas esse odor de resedá
Sangra-me a boca é um favor, vem cá!

Não deves mais fazer questão
Já pedi, queres mais? Toma o coração
Oh, tem dó dos meus ais, perdão
Sim ou não? Sim ou não?
Olha que eu estou ajoelhado
A te beijar, a te oscular os pés
Sob os teus, sob os teus, olhos tão cruéis
Se tu não me quiseres perdoar
Beijo algum em mais ninguém eu hei de dar

Se ontem beijavas um jasmim do teu jardim, a mim, a mim
Oh! Por quê juras, mil torturas?
Mil agruras, por quê juras?
Meu coração delito algum por te beijar não vê, não vê
Só, por um beijo, um gracejo, tanto pejo
Mas porquê?

Composição: Joaquim Callado / Catulo da Paixão Cearense