Eu vou lhe dar o endereço onde moro
Será meu gosto se você me visitar
Pelo caminho onde a juriti passeia
Mais ou menos légua e meia
É ali o meu lugar

O sol penetra entre as folhas da candeia
Vai formando na areia mil desenhos pelo chão
E logo adiante quando ralear o mato
Pode tirar o sapato
Pra passar o ribeirão

Meu endereço não tem rua asfaltada
Não tem farol de parada
Nem tão pouco contra mão

É a lua branca o farol da avenida
Clareando a estrada batida
Que existe no meu sertão

A grama verde é o tapete da chegada
O gado manso ruminando no curral
O vento agita a copada da palmeira
Como se fosse bandeira
Hasteada em meu quintal

Não bata forte quando passar a porteira
Que a pancada da madeira machuca meu coração
Lembra a batida que alguém deu na despedida
Fazendo da minha vida
Morada da solidão

Meu endereço não tem rua asfaltada
Não tem farol de parada
Nem tão pouco contra mão

É a lua branca o farol da avenida
Clareando a estrada batida
Que existe no meu sertão

Composição: Carlinhos Rios / Cezar / Miguel Costa