395px

Todas as Línguas do Mundo

Claudio Lolli

Tutte Le Lingue Del Mondo

Noi,
vagabondi per troppa passione e
per niente saggi,
siamo scesi davvero per sbaglio
a questa fermata,
due viaggiatori ed un solo bagaglio:
un silenzio di carta vetrata
in cui
dovevamo trovare qualcosa da dire,
parlare d'amore, parlare di noi,
assordati dal fiato del treno...

Ma è bastato guardarti le labbra
e ho capito qualcosa di più
della tua confusione,
della mia confusione,
del nostro respiro,
del nostro rumore profondo, perché
tutte le lingue del mondo
non ci servono per capirci
e l'unica lingua che ho
non mi basta per baciarti,
per baciarti dove vorrei,
dove sei bella come sei,
dove non c'è mai stato bisogno di parlare.

Noi,
squilibrati tra scienza e parole ma
comunque vivi,
con il sangue che batte le ore
a un'altra velocità
e un ricordo-futuro al posto del cuore,
con le strade, le luci, di un'altra città diversa
da quest'incrocio di venti in cui siamo caduti
per caso, in anticipo o forse in ritardo,
con la faccia di un grande attor comico,
con la faccia di Keaton il giorno
in cui fu invitato a brindare
alla fine del cinema muto...

Quella fine che è stata l'errore di un dio
poliglotta, volgare, iracondo
tutte le lingue del mondo
non ci servono per capirci
e l'unica lingua che ho
non mi basta per baciarti,
per baciarti dove vorrei,
dove sei bella come sei,
dove non c'è mai stato bisogno di parole.

Todas as Línguas do Mundo

Nós,
vagabundos por pura paixão e
sem nada de sábios,
caímos de verdade por engano
nesta parada,
dois viajantes e uma só bagagem:
um silêncio de lixa
em que
devíamos encontrar algo pra dizer,
falar de amor, falar de nós,
ensurdecidos pelo sopro do trem...

Mas bastou olhar pra seus lábios
e eu entendi algo a mais
dessa sua confusão,
dessa minha confusão,
do nosso respirar,
do nosso barulho profundo, porque
todas as línguas do mundo
não servem pra gente se entender
e a única língua que eu tenho
não é suficiente pra te beijar,
te beijar onde eu queria,
donde você é linda como é,
donde nunca houve necessidade de falar.

Nós,
desajustados entre ciência e palavras, mas
de qualquer forma vivos,
com o sangue batendo as horas
a uma outra velocidade
e uma lembrança-futuro no lugar do coração,
com as ruas, as luzes, de uma outra cidade diferente
deste cruzamento de ventos em que caímos
por acaso, adiantados ou talvez atrasados,
com a cara de um grande ator cômico,
com a cara de Keaton no dia
em que foi convidado a brindar
ao fim do cinema mudo...

Aquele fim que foi o erro de um deus
poliglota, vulgar, iracundo
todas as línguas do mundo
não servem pra gente se entender
e a única língua que eu tenho
não é suficiente pra te beijar,
te beijar onde eu queria,
donde você é linda como é,
donde nunca houve necessidade de palavras.

Composição: