Ela morava na periferia
Era simples honesta e cheia de esperanças
Sua beleza gerava um contraste
Com o lugar miserável onde viveu desde criança

Sua mãe era doente e sufocava suas dores
E só bebendo era que seu pai enfrentava a situação
Para onde quer que fossem eram discriminados
O que prevalecia era a humilhação

Humilhação, humilhação, humilhação, humilhação
Humilhação, humilhação, humilhação, humilhação
Não! Não!
Não! Não!

Ainda jovem assistiu a morte de sua mãe
Agonizando no podre corredor de um hospital
Seu pai entrou em completo desespero
E tomou a sua dose mortal

A pobre garota solitária nesse mundo
Com a cabeça tomada pela insanidade
Agora sobrevive mediante a humilhação
De vender seu corpo pelas ruas da cidade

Humilhação, humilhação, humilhação, humilhação
Humilhação, humilhação, humilhação, humilhação
Não! Não!
Não! Não!

As drogas também faziam parte de seu trampo
Porém a polícia logo a deteu
Pouco se importava se seria solta ou não
Pois a real liberdade nunca conheceu

Essa é apenas uma história entre muitas
Que acontecem devido a um sistema falido
Onde de um lado se vive como um rei
Mas o retrato da nação é a imagem de um mendigo

Humilhação, humilhação, humilhação, humilhação
Humilhação, humilhação, humilhação, humilhação
Não! Não!
Não! Não!

Composição: Deserdados