Der Elende

O Miserável

Der Elende

Um mar de luzes vem até mim,Ein Lichtermeer strömt auf mich ein,
É um brilho enganador que me atinge,Es geisselt der verlogene Schein,
Pensamentos vagam para tentar,Gedanken wandern zu erhaschen,
O que há dentro dos meus bolsos vazios.Den Inhalt meiner leeren Taschen.

A ganância reina, a inveja floresce,Gier regiert, die Missgunst blüht,
A miséria está jogada na rua,Das Elend auf der Straße liegt,
Se arrasta em cruz, se arrasta em vão,Es schleift sich kreuz, es schleift sich quer,
Por um exército de botas brilhantes.Durch ein geputztes Stiefelheer.

Nenhuma esperança pode alegrar seu coração,Keine Hoffnung kann sein Herz erquicken,
Lágrimas são o pão da sua dor,Tränen sind das Brot seiner Not,
Será que o amor algum dia o encontrará,Wird die Liebe ihn wohl jemals finden,
Miserável rastejando até a morte.Elend kriechend bis zum Tod.

Foi a guerra, a fome que o feriu,War es Krieg, des Hungers Not,
Que o levou por caminhos errados?Das im falsche Fährte bot?
Foi a mulher, a multidão de crianças,War es das Weib, der Kinder Schar,
Que o quebrou e o fez renascer?Was ihn brach und neu gebar?

O que lhe tirou a força das pernasWas nahm ihm einst das starke Bein
E a luz dos seus olhinhos?Und das Licht der Äugelein?
O que cortou tão fundo seu rosto,Was schnitt so tief ihm ins Gesicht,
Que sua expressão é horrenda?Dass seine Fratze fürchterlich?

Nenhuma esperança pode alegrar seu coração,Keine Hoffnung kann sein Herz erquicken,
Lágrimas são o pão da sua dor,Tränen sind das Brot seiner Not,
Será que o amor algum dia o encontrará,Wird die Liebe ihn wohl jemals finden,
Miserável rastejando até a morte.Elend kriechend bis zum Tod.

O corcunda, seu único amigo,Der bucklige sein einsger Freund,
Crescido de um jeito que dá medo de olhar,Verwachsen, dass den Blick man scheut,
Divide com ele o prêmio da compaixão,Teilt mit ihm des Mitleids Beute,
O restinho de todos os melhores.Das Scherflein all der bessren Leute.