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O Morcego

Drei Hexen

Meia-noite, ao meu quarto me recolho
Meu Deus!
É este morcego, e agora, vede!

Na bruta ardência orgânica da sede
Morde-me a goela ígneo
E escaldante molho

Vou mandar levantar outra parede
Ergo-me a tremer, fecho o ferrolho
E olho o teto

E vejo-o ainda, igual a um olho
Circularmente, sobre minha rede
Ele está lá

Pego de um pau, esforços faço
Chego a tocá-lo, minha alma se concentra
(Mais vezes!)
Que ventre produziu tão feio parto?

Quando eu
Pego de um pau, esforços faço
Chego a tocá-lo, minha alma se concentra
(Mais vezes!)
Que ventre produziu tão feio parto?
Meu Deus!

A consciência humana é este morcego
Por mais que a gente faça
À noite, ele entra
Imperceptivelmente

Em nossos quartos
Em nossas vidas
Em nossas mentes
Em nossos sonhos

Meia-noite, ao meu quarto me recolho
Meu Deus!
É este morcego, e agora, vede!

Na bruta ardência orgânica da sede
Morde-me a goela ígneo
E escaldante molho

Vou mandar levantar outra parede
Ergo-me a tremer, fecho o ferrolho
E o olho o teto

E vejo-o ainda, igual a um olho
Circularmente, sobre minha rede

Pego de um pau, esforços faço
Chego a tocá-lo, minha alma se concentra
(Mais vezes!)
Que ventre produziu tão feio parto?

Quando eu
Pego de um pau, esforços faço
Chego a tocá-lo, minha alma se concentra
(Mais vezes!)
Que ventre produziu tão feio parto?

A consciência humana é este morcego
Por mais que a gente faça
À noite, ele entra
Imperceptivelmente

Em nossos quartos
Em nossas vidas
Em nossas mentes
Em nossos sonhos

Composição: Drei Hexen / daptação Obra de Augusto dos Anjos