Mariposa
Às vezes, mulheres em forma de pera
Desabam
Sobre o concreto
Espalhando sol e
Insetos na calçada
Aqui perto dos meus pés
Às vezes, poças
Me aterrorizam
Enquanto olham pra cima
Um pedaço de papel
Flutuando amassado
Não consigo pegar
Adeus
Ninguém nunca vai
Descobrir isso
Dessa boca fechada
Apenas tenha certeza de manter
Esses olhos fechados
Eles conseguem ler isso
Às vezes, as pessoas usam
Seus buracos de som
Apontados pra mim
Ventos enferrujados gemendo
Pelas vielas
Passam direto por mim
Às vezes, canos
Range aqui dentro
Me conhecem bem demais
Carne e aço que eu
Esculpi
Pra um adeus
Tarde demais
Nunca vou desejar isso
Mas agora cresce dentro
Assim como uma mariposa