A luz elétrica vai embora as dez horas da noite em minha aldeia
Vai também o desejo dos meus olhos em persistirem abertos
Entro então na fabricação de frágeis pecados em tua honra
Sobe feito planta parasita pelo meu cérebro...

O contorno dos teus lábios pelos meus imaginares
Frases tuas de insuportável beleza
nesse escuro que vem sempre, e eu aguardo confessadamente
Em temperaturas descontroladas nesse breu...

Quando levam embora a claridade do mundo lá fora, eu te guardo
Como uma fêmea prenha no tremulo fosso, do meu umbigo rosado
apenas prometa-me amor discreto e agudo
quando novamente voltarem as luzes

Composição: Eduardo Ruiz / Fernanda Porto