Des siècles d'épitaphes
Mon âme est un gouffre
Où se déversent des torrents de haine
L'atroce murmure de ces remous
Me dévorant jusqu'à la moelle
Sur mes tourments se sont couchées
Des milliards de lunes vengeresses
Vous dont le souffle exhale la peur
Que savez-vous de mes blessures ?
C'est par votre foi lacérée
Que mes douleurs j'affranchirai
Fier, impavide, je guette le jour
Où l'étreinte sinistre de la mort
Viendra creuser sur vos visages
Ses sillon noirs et torturés
Quand les puissants s'éveilleront
Pour mettre à bas le joug des faibles
Et disloquer vos frêles empires
L'écho funèbre de vos souffrances
Se brisera sur les récifs de l'oubli
Vos cendres impures semées aux quatre vents
Ne resteront, épars, que des fragments de lumière
Quand des siècles d'épitaphes ébranleront ce monde
Le poids des âges s'abattra sur mes épaules lasses
Et de mon corps disjoint s'échappera un dernier rire
D'ici là, je n'aurai cesse de vous pourchasser, vermines
Séculos de Epítetos
Minha alma é um abismo
Onde se derramam torrentes de ódio
O atroz murmúrio dessas ondas
Me devorando até a medula
Sobre meus tormentos se deitaram
Bilhões de luas vingativas
Vocês, cujo sopro exala medo
O que sabem das minhas feridas?
É pela sua fé dilacerada
Que minhas dores eu libertarei
Orgulhoso, impassível, eu aguardo o dia
Em que o abraço sinistro da morte
Virão escavar em seus rostos
Seus sulcos negros e torturados
Quando os poderosos despertarem
Para derrubar o jugo dos fracos
E desmantelar seus frágeis impérios
O eco fúnebre de seus sofrimentos
Se quebrará nas rochas do esquecimento
Suas cinzas impuras espalhadas aos quatro ventos
Não restarão, dispersos, senão fragmentos de luz
Quando séculos de epítetos abalarem este mundo
O peso das eras cairá sobre meus ombros cansados
E do meu corpo desmembrado escapará um último riso
Até lá, não cessarei de caçá-los, vermes