Vaneirão

Eu cheguei na capital, vim direto da fronteira
Com a mala de esperança derramando pelas beira
Eu ainda estou solito procurando quem me queira
Se acaso ninguém quiser na minha terra tem quem queira

Tô namorando um magra que anda mexendo as cadeiras
Tá bonita e delgadinha que nem pingo pra carreira
Chego a ficar cabrestiando e me enforcando na peiteira
Se acaso ela não quiser na minha terra tem quem queira

Tenho uns amigos do peito que são muito calaveira
Fizeram um bolão da loto que correu segunda feira
Acertaram quina em cheio mas já ta feito a porqueira
Se acaso ninguém quer os pilas na minha terra tem quem queira

Meu disco vende bastante como pastel em carreira
Procura em qualquer boteco deve ter na prateleira
Mas se acaso não gostar e achar que é uma porqueira
Não precisa nem querer na minha terra tem quem queira

Sou um cuera bonitão e uso pilcha de primeira
Mochila e uns pila no banco carro e moto pra carreira
Mas se acaso não der certo vou me embora pra fronteira
Pra Jaguarão ou Bagé, porque é lá que tem quem queira

Composição: Gaúcho Da Fronteira / José Carlos Junquer