Vitor nasceu no jardim das margaridas

Erva-daninha nunca teve primavera

Cresceu sem pai sem mãe sem norte sem seta

Pés no chão, nunca teve bicicleta



Já hugo não nasceu, estreou

Pele branquinha, nunca teve inverno

Tinha pai, mãe, caderno e fada-madrinha



Vitor virou ladrão

Hugo salafrário

Um roubava por pão

O outro para reforçar o salário

Um usava capuz

O outro gravata

Um roubava na luz

O outro em noite de serenata

Um vivia de cativeiro

O outro de negócio

Um não tinha amigo, parceiro

O outro sócio



Retrato falado vitor tinha cara na notícia

Enquanto hugo fazia pose pra revista

O da pólvora apodrece impenitente

O da caneta enriquece impunemente

A um só resta virar crente

O outro é candidato a presidente

Composição: