A saudade é uma espera demorada
Ainda mais quando a distância mora nela
Ficam luas pra açoitar quartos de ronda
E uma ausência de sorrisos na janela

Cada vez que o fim da lida encerra o mês
E a partida que há em mim se faz estrada
Da tristeza de cruzar frente ao teu rancho
E mirar tua janela assim fechada

Quem já partiu, embora a alma permaneça
Mora nas casas que o destino sabe ter
Fica, pra sempre, na moldura da janela
Mesmo que o tempo nos ensine a esquecer

Quem sabe um dia, no retorno de uma tropa
Minh'alma estradeira teu olhar mate o cansaço
E entre um sorriso de saudade que eu espero
Com boas vindas, mate bueno e um abraço

Daí, de novo, a moldura da janela
Terá sua Lua, minha flor, no meu querer
E o que era ausência saberá ser acolhida
Por olhos claros, que eram meus, sem eu saber

Flor amarela feito Lua no cabelo
Das noites claras que a saudade não deu fim
Ficam mais quietas sem os olhos miradores
E o riso terno que tu tinhas só pra mim

Composição: Gujo Teixeira