Todo mundo fala que eu não presto
Eu não quero acreditar pra não lidar com isso de novo
Eu tenho 20 e tantos anos, pra tantos problemas
Crendo ser engano e amenizando todos os danos em cena
Desse filme que é minha vida, que sorte que eu sei cantar
Porque atuar, tá ficando difícil de aturar
Tanto personagem em tela, pinto em aquarela
Tá faltando mais espaço pra preencher nessa tela

Que sorte, o meu amigo músico é médico
Por isso que a gente não morre de tédio
Escrever com você foi o meu melhor remédio
E agora, que eu vivo em trilinhas e versos
Pra cada canto, eu canto pro universo
Essa saudade porta fora

Esse ano eu faço 25, já cansei dessas 25 frases que eu sempre digo
Amigo que escuta fala: Ítalo, eu me identifico
E eu me pergunto se há sentido nisso tudo (não)
Mas vamo acorda, já bateu sua cota de área de sonho
O escritório aguarda, sou piada, "ala o cara estranho"
Minha chefe me odeia, algo em comum, eu não me amo
Tem salário atrasado, eu nem me lembro quanto eu ganho

Que sorte, o meu amigo músico por perto
O tempo passa, a rotina entristece
Acho que você salvou minha pele
Da morte lírica que sempre me persegue
Ler poesia é desafio árduo
Viver sem ela arde a minha febre

Composição: Eduardo Petrowesch / Ítalo RIbeiro / Nanasai