Eu venho vindo sem ninguém pelos caminhos
Trago o mistério dos que sempre estão sozinhos
Eu obedeço à lei dos pergaminhos
Meu canto vem com a mansidão dos ribeirinhos
Mas também tem a força dos rodamoinhos

Só que eu prefiro a paz dos beijos dos casais
Pois faço versos como alguém que faz carinhos

E lá vou eu plantando flor pelos caminhos
Trabalho em festa, meus irmão, trigos e vinhos
O céu e a terra são os meus padrinhos
Quero que o povo arrebente os pelourinhos
Quero ver todos abraçando seus vizinhos

Eu vou mostrar a paz
Pois há de vir a paz
Pois sou eu que acende a luz dos adivinhos

Composição: