As manhãs, hortelãs, avelãs,
as hortênsias, maçãs.
São essas garças comparsas,
sinais de fumaça desse olhar?
Arlequins, pierrôs, querubins,
artifícios, romãs.
São esses cisnes intrigas,
ciúmes, disfarces desse andar?

Seios, suspiros e pêras
a boca mordeu.
E pêssegos, pernas, anseios,
a mão percorreu.
Ventre de vozes velozes
o verso lambeu.
E costas, colinas e dunas
o olhar se perdeu.
Ouro e prata, maçãs,
sapotis e romãs
são colhidas nos pés.
As espadas, carlotas e rosas
são sugadas nas mãos.

Composição: João Bosco