MAR!
Tinhas um nome que ninguém temia
Era um campo macio de lavrar
Ou qualquer sugestão que apetecia...

MAR!
Tinhas um choro de quem sofre tanto
Que não pode calar-se nem gritar
Nem aumentar nem sufocar o pranto...

MAR!
Fomos então a ti cheios de amor!
E o fingido lameiro a soluçar,
Afogava o arado e o lavrador!

MAR!
Fomos então a ti cheios de amor!
E o fingido lameiro a soluçar,
Afogava o arado e o lavrador!

MAR!
Enganosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio namorar,
E foste tu depois que nos traíste!

MAR!
E quanto terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!

MAR!
E quanto terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!

Composição: João Braga / Miguel Torga