Sintiéndolo Mucho (part. Leiva)

Por fin, ayer llegó la hora tan temida
De hacer balance de mi vida y terminar esta canción
Y en vez de echar sal y vinagre en las heridas
Haré otra vez de tripas corazón

No me veréis en Benidorm con el IMSERSO
Nadie me tiene que explicar
Que dos y dos no suman cuatro
Que la poesía es el desván de un metaverso
Donde las musas se desnudan
Como albatros

No tengo nada que olvidar de mi pasado
Por eso espero que el olvido
No se olvide de quien fui
He dado más de lo que algunos me han robado
Sin olvidar a la que se olvidó de mí

Siempre he querido envejecer sin dignidad
Aunque al fusil ya no le quede ni un cartucho
Si el corazón no rima con la realidad
Cambio de rumbo sintiéndolo mucho

Muchos creyeron que me habían amortizado
Cuando viajé del WiZink Center en camilla al hospital
Con los dedos del Serrat entrelazados
Devolviéndome las ganas de cantar

El pan de ayer no es un buen postre para hoy
Mañana lunes es momento de inventarse y apostar
Ya que Fernando me ha pintado en esta peli tal cual soy
Un tahúr que no se cansa de arriesgar

Siempre he querido envejecer sin dignidad
Aunque al fusil ya no le quede ni un cartucho
Si el corazón no rima con la realidad
Cambio de tercio sintiéndolo mucho

Aunque entre el sueño y el papel algo se pierde
Y con los años duele más cuando me escucho
Fingiendo ser un estupendo viejo verde
Y lo de viejo sintiéndolo mucho

Siempre he querido envejecer sin dignidad
Aunque al fusil ya no le quede ni un cartucho
Si el corazón no rima con la realidad
Quemo mis naves sintiéndolo mucho

Sentindo Muito (part. Leiva)

Finalmente, ontem chegou a temida hora
De fazer um balanço da minha vida e terminar essa música
E em vez de colocar sal e vinagre nas feridas
Farei de tudo novamente

Você não vai me ver em Benidorm aposentado
Ninguém tem que me explicar
Que dois e dois não somam quatro
Que a poesia é como o sótão de um metaverso
Onde as musas se despem
Como albatrozes

Eu não tenho nada para esquecer do meu passado
Por isso espero que o esquecimento
Não se esqueça de quem eu era
Eu dei mais do que alguns me roubaram
Sem esquecer daquela que se esqueceu de mim

Eu sempre quis envelhecer sem dignidade
Embora o rifle não tenha mais nenhum cartucho
Se o coração não rima com a realidade
Eu mudo de rumo sentindo muito

Muitos acreditaram que tinham me amortizado
Quando viajei do WiZink Center em uma maca para o hospital
Com meus dedos entrelaçados aos do Serrat
Enquanto a vontade de cantar voltava

O pão de ontem não é uma boa sobremesa para hoje
Amanhã, segunda-feira, é tempo de se reinventar e apostar
Já que o Fernando me pintou neste filme tel como eu sou
Um apostador que não se cansa de arriscar

Eu sempre quis envelhecer sem dignidade
Embora o rifle não tenha mais nenhum cartucho
Se o coração não rima com a realidade
Eu mudo de pele sentindo muito

Mesmo que algo se perca entre o sonho e o papel
E ao longo dos anos doa mais quando eu me escuto
Fingindo ser um grande velho jovem
E sentindo muito por ser velho

Eu sempre quis envelhecer sem dignidade
Embora o rifle não tenha mais nenhum cartucho
Se o coração não rima com a realidade
Eu queimo as minhas naves sentindo muito

Composição: Leiva / Joaquín Sabina