A vida valeu, mas será que era pra ser assim?
Sofrimento do princípio ao fim
Há uma dor seguida de outra dor
Não resistiu o amor

A vida valeu, mas viver em solidão a dois
Fez sangrar um coração, depois
Fez secar a flor, fruto e raiz
De todo bem que fiz

Hoje, eu, depois do vendaval, me sinto imune ao mal
Pois Deus não pune a quem se deu
Ela, que ironia, borboleta cega
Fui a luz do seu dia
Sou cruz que ela ainda carrega

E a mulher que foi minha paixão
Hoje, de mão em mão
Chora por quem já não lhe quer

Ao seu mudo grito, reflito em minha mente
Ninguém deixa um poeta impunemente

Composição: Nilton Barros / Jorge Aragão