Faca de gume afiado
A dialética do caos
Coloca lado a lado
Os bons e os maus

Rio perene, imaginário
Nuvens de arribação
São pés cortando caminhos
É o sol castigando o sertão

Terra seca, esturricada
Abrindo-se em estrias
Mostra-nos a saga macabra
De um povo em agonia

O céu ardente cria redemoinhos
Mó inclemente nos reduzindo a pó

Imagem triste e degradante
Uma região esquecida
Onde, 'o sertão é quase tudo
E não tem quase nada.

Composição: Marcelo Bizar / José Carlos de Souza