Destellos
Para ahogar hondas penas que tengo,
que me matan y que no se van,
yo levanto temblando en mis manos
esta copa de rubio champán.
Los invito conmigo a beber
que bebiendo se habrán de olvidar
los destellos de amores perdidos
que suelen los ojos de llanto nublar.
Yo he sabido otras veces beber
en la fuente de sus labios rojos
y la luz de sus lánguidos ojos
muchas noches de amor me embriagó.
Pero, amigos, ella me olvidó
y en el fino cristal de esta copa
me parece que veo la boca
que mil veces mi boca besó.
En mi alma quedaron destellos
de ese amor que no se irá jamás
pues, por más que lo intento, no puedo
esa luz que me quema apagar.
Si esta noche borracho me ven
a mí mismo me quiero engañar
y es por eso que, amigos, invito:
Bebamos, me quiero aturdir con champán.
Brilhos
Para afogar as profundas dores que sinto,
que me matam e não vão embora,
eu levanto tremendo em minhas mãos
esta taça de champanhe dourado.
Convido vocês a beber comigo
que, bebendo, vão se esquecer
os brilhos de amores perdidos
que costumam nublar os olhos de choro.
Eu já soube outras vezes beber
na fonte de seus lábios vermelhos
e a luz de seus olhos cansados
muitas noites de amor me embriagou.
Mas, amigos, ela me esqueceu
e no fino cristal desta taça
me parece que vejo a boca
que mil vezes a minha boca beijou.
Na minha alma ficaram brilhos
desse amor que nunca vai embora
pois, por mais que eu tente, não consigo
apagar essa luz que me queima.
Se esta noite bêbado me veem
a mim mesmo quero enganar
e é por isso que, amigos, convido:
Bebamos, quero me embriagar com champanhe.