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Amarras (part. Héctor Maure)

Juan D'arienzo

Amarras (part. Héctor Maure)

Vago como sombra atormentada
Bajo el gris de la recova
Me contemplo
Y no soy nada

Soy como mi lancha carbonera
Que ha quedado recalada
Vive atada a la ribera

Yo también atado a mi pasado
Soy un barco
Que está anclado

Y siento en mi carne
Sus amarras
Que me muerde
Que me agarra

Lloro aquellos días
Que jamás han de volver
Busco aquellos besos
Que jamás he de tener

Soy como mi lancha carbonera
Que ha quedado en la ribera
No parte más

Aquellos besos que perdí
Al presentir
Que no me amabas
Fueron tormenta de dolor
Llena de horror
Hoy no soy nada

Yo solo sé que pene
Que caí y que rodé
Al abismo del fracaso

Yo solo sé que tu adiós
En la burla del dolor
Me acompaña
Paso a paso

Ahora que sé
Que no vendrás
Vago sin fin
Por la recova

Busco valor
Para partir
Para alejarme

Y así olvidando
Mi obsesión
Lejos de ti
Poder morir

Amarras (part. Héctor Maure)

Vago como sombra atormentada
Sob o cinza da galeria
Me contemplo
E não sou nada

Sou como meu barco carbonero
Que ficou ancorado
Vive amarrado à margem

Também estou preso ao meu passado
Sou um barco
Que está ancorado

E sinto em minha carne
Suas amarras
Que me mordem
Que me seguram

Choro aqueles dias
Que jamais voltarão
Busco aqueles beijos
Que jamais terei

Sou como meu barco carbonero
Que ficou na margem
Não parte mais

Aqueles beijos que perdi
Ao pressentir
Que não me amavas
Foram tormenta de dor
Cheia de horror
Hoje não sou nada

Só sei que sofri
Que caí e que rolei
Ao abismo do fracasso

Só sei que sua despedida
Na zombaria da dor
Me acompanha
Passo a passo

Agora que sei
Que não virá
Vago sem fim
Pela galeria

Busco coragem
Para partir
Para me afastar

E assim esquecendo
Minha obsessão
Longe de ti
Poder morrer

Composição: CARMELO SANTIAGO