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E amanhã?

Kreposuk

Et demain ?

Sur l'asphalte de notre enfance,
Se dressaient quelques pissenlits.
Témoin d'un parfum d'insouciance,
Qu'hélas il n'y a plus aujourd'hui.

Dans les rues de notre enfance,
Aux murs chaque jour un peu plus gris,
On faisait pas gaffe à la dépense,
On consommait sans interdit.

À trop pomper la sève,
La plante verte s'incline et crève.

Sur les ruines de notre enfance,
Terrains fertiles pour pylônes gris,
Règne un parfum d'accoutumance,
A voir chaque jour moins de vie.

Et nos sincères condoléances,
A toi celle qui nous a nourri,
Paradoxe de l'intelligence,
Nous sommes aujourd'hui en sursis.

Et si c'est pas ta faute,
T'en paies le prix pour les autres.

Et dédions nous ces quelques mots,
Pauvres artisans du chaos,
Car le jour où sonnera le glas,
Un pissenlit refleurira.

À moins que vous ne préfériez,
Prendre le temps de vous poser,
Ralentir un peu la machine,
Pour respirer sans ventoline.

On est quelques milliards,
A croire qu'il n'est pas trop tard.

E amanhã?

No asfalto da nossa infância,
Cresciam alguns dentes-de-leão.
Testemunha de um perfume de despreocupação,
Que, infelizmente, já não existe mais hoje.

Nas ruas da nossa infância,
As paredes a cada dia mais cinzas,
Não ligávamos para os gastos,
Consumíamos sem limites.

Ao sugar demais a seiva,
A planta verde se inclina e morre.

Sobre as ruínas da nossa infância,
Terrenos férteis para postes cinzas,
Reina um perfume de vício,
A cada dia, menos vida se vê.

E nossas sinceras condolências,
A você, aquela que nos alimentou,
Paradoxo da inteligência,
Estamos hoje em estado de graça.

E se não é sua culpa,
Você paga o preço pelos outros.

E dediquemos essas poucas palavras,
Pobres artesãos do caos,
Pois no dia em que soar o sino,
Um dente-de-leão vai florescer novamente.

A menos que vocês prefiram,
Tomar um tempo para se acomodar,
Acelerar um pouco a máquina,
Para respirar sem bombinha.

Somos alguns bilhões,
Acreditando que ainda não é tarde demais.

Composição: