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Canção de Ninar Para Rosalia Castro, Morta

Leannan Shee

Canzón de Cuna Para Rosalia Castro, Morta

Érgue-te miña amiga
que xa cantam os galos do dia!
Érgue-te miña amada,
porque o vento muxe coma unha vaca!

Os arados van e ven,
dende Santiago a Balén
Dende Belén a Santiago
Un anxo vai nun barco
Un barco de prata fria
Que traia a door de Galícia
Galícia deitada a queda
Transida de tristes ervas
Ervas que sobren téu leito
E a negra fonte dos teus cabelos
Teus cabelos van à mar,
onde as nuvens teñem seu nídio pombal

Érgue-te miña amiga
que xa cantam os galos do dia!
Érgue-te miña amada,
porque o vento muxe como una vaca

Canção de Ninar Para Rosalia Castro, Morta

Levanta-te, minha amiga
que já cantam os galos do dia!
Levanta-te, minha amada,
porque o vento geme como uma vaca!

Os arados vão e vêm,
de Santiago a Belém
De Belém a Santiago
Um anjo vai em um barco
Um barco de prata fria
Que traz a dor da Galícia
Galícia deitada na queda
Transida de tristes ervas
Ervas que sobram do teu leito
E a fonte negra dos teus cabelos
Teus cabelos vão ao mar,
donde as nuvens tingem seu ninho de pombas

Levanta-te, minha amiga
que já cantam os galos do dia!
Levanta-te, minha amada,
porque o vento geme como uma vaca.

Composição: Arr. Castro-Rosa / Frederico Gracia Lorca / Poem