Eu bebo essas águas passadas como um vinho
Que não há de voltar no seu caminho
Pra acabar com essa sede que ainda sinto
Um absinto de mágoa, de insônia e de saudade
Como se enlouquecendo essa metade
Voltasse a metade que foi contigo

Eu bebo, bebo quando fico assim desesperada
Quem me dera ficar apaixonada
Pra encontrar um outro lado do moinho
Eu me embriago porque meu futuro é muito vago
Eu sinto a tua falta do meu lado
Eu bebo a tua ausência de carinho

Águas passadas
Que vinho amargo
Que gosto tão ruim
Eu tenho sede
Eu tenho medo do que será de mim

Nem com você, nem sem você
O amor deve ser qualquer coisa
Que eu não saiba
O que quer que seja
Me deixou completamente nua
Um perfume, um veneno
Não se pode querer
Não se pode trazer de voltar
Seja o que for
O que me penetra e depois me solta
Não pode esperar desculpa
O amor me causou revolta

O amor deve ser a pergunta que não se faz
Uma dúvida que jamais é saciada
Eu não entendi nada, ah

Nada por mim
Nada sem mim
É, você me deixou tão confusa e transtornada
Que hoje a coisa mais firme em que creio
É que eu te odeio
E é esse o ódio que eu mais choro
Eu te adoro, eu te adoro

Que hoje a coisa mais firme em que creio
É que eu te odeio
E é esse o ódio que eu mais choro
Eu te adoro, eu te adoro

Composição: Fátima Guedes