Chatarra y Laurel
Se escuchó un quejío en ese palpitar
Cuervos con ronquera, dedos de alquitrán
La gatera que maldice al trovador
Si entras no puedes salir del arte del libanar
Ni de este cantar de gesta
Otra vez la muerte vino a preguntar
Si quedaba hueco para poder yantar
De poesía que nunca tuvo final
Me amamanta el sinsabor
Yo estaré donde tú estés
Donde no hay nubes oscuras
¿Y si hacemos de chatarra un buen laurel?
¿Y si os dejamos añicos el somier?
¿Y si te quito la lumbre para que no me puedas ver
Cuando vaya a gatas por la muchedumbre?
Sucata e Louro
Ouvi um lamento nesse pulsar
Corvos com rouquidão, dedos de alcatrão
A fresta que amaldiçoa o trovador
Se entrar, não pode sair da arte de embriagar
Nem deste canto de epopeia
Mais uma vez a morte veio perguntar
Se ainda havia espaço pra poder almoçar
De poesia que nunca teve fim
Me embriaga o gosto amargo
Eu estarei onde você estiver
Onde não há nuvens escuras
E se fizermos da sucata um bom louro?
E se deixarmos vocês em pedaços o colchão?
E se eu tirar a luz pra você não me ver
Quando eu rastejar pela multidão?