Meu flete qual uma estrela do céu destas invernadas
Traz um brilho de boieira nos olhos da madrugada
E na cadência do trote a sede dessas estradas
Meu flete qual uma estrela do céu dessas invernadas

E quando nas ventanias voando as asas do pala
Parece até que nem sente essa invernia baguala
Se vai tropeando distâncias na ansia que me embuçala
E quando nas ventanias voando as asas do pala

Ah meu pingo bueno de pexar qualquer torena
Traz um tinido que brota das nascentes da chilena
E a saudade redomona que faz a estrada pequena
Ah meu pingo bueno de pexar qualquer torena

Meu flete nessas lonjuras desenha marcas de casco
E o sulino “vuella” as crinas deitando as bordas do pasto
Sonorizando a cantiga que vem rangindo nos bastos
Meu flete nessas lonjuras desenha marcas de casco

Ao trotear mascando o freio segredando as pontessuelas
Talvez uma campereada dessas em noites sinuelas
Quando regalou do céu pra tua testa uma estrela
Ao trotear mascando o freio segredando as pontessuelas

Composição: Cristiano Quevedo / Diego Espindola / Gujo Teixeira / João Fontoura