TENGO PIEL DE CAMALOTE
Soy paisano de esta tierra, monte arisco, litoral
Sangre de río es mi cuerpo y me acuna el pajonal
A veces, cuando ando triste, se me pega un chamamé
Y canto a las soledades desde algún atardecer
Soy flor de cardo, también el trino del cardenal
Arroyo manso que entre las piedras quiere cantar
El Sol de noche cuando la Luna no alumbra más
Y el paisaje que pinta el río siempre al pasar
Tengo piel de camalote, soy lampalagua de este lugar
Canoa amarrada que baila sola en la tempestad
Paja brava de los ranchos, palo a pique del chircal
Y aquel mencho enamorado que también sale a cantar
Soy flor de cardo, también el trino del cardenal
Arroyo manso que entre las piedras quiere cantar
El Sol de noche cuando la Luna no alumbra más
Y el paisaje que pinta el río siempre al pasar
Por eso digo, mire paisano, yo soy de aquí
Que mi rancho es mi provincia, y es la isla li país
Que mi rancho es mi provincia y es la isla mi país
TENHO PELE DE CAMALOTE
Sou filho dessa terra, mato bravo, litoral
Sangue de rio é meu corpo e me embala o capim
Às vezes, quando fico triste, um chamamé me pega
E canto as solidões desde algum entardecer
Sou flor de cardo, também o canto do cardeal
Riacho manso que entre as pedras quer cantar
O Sol à noite quando a Lua não brilha mais
E a paisagem que o rio pinta sempre ao passar
Tenho pele de camalote, sou lampalagua desse lugar
Canoa amarrada que dança sozinha na tempestade
Palha brava dos ranchos, pau a pique do brejo
E aquele cara apaixonado que também sai pra cantar
Sou flor de cardo, também o canto do cardeal
Riacho manso que entre as pedras quer cantar
O Sol à noite quando a Lua não brilha mais
E a paisagem que o rio pinta sempre ao passar
Por isso digo, olha, meu parceiro, eu sou daqui
Que meu rancho é minha província, e é a ilha meu país
Que meu rancho é minha província e é a ilha meu país
Composição: Jorge Sernoqui / Luis Soza