O rio que corre leva na correnteza
Toda água que se ajunta
Desde o morro ao grotão

E quando chega à várzea faz represa
Fica pedra, fica folha, fica o barro do chão

E no caminho até o arraial vizinho
O volume das águas faz o povo pensar

Que de repente pode ser verdade
O boato de que um dia o dilúvio virá

É a visão, o esplendor
Do poder criador

E assim tão certo como noite após dia
Terra seca sem raiz
Chuva grande vai levar

Pois é sandice mexer com a força do rio
Sem saber bem ao certo aonde vai dar

E quando chove, escorre a água pelas pedras
Leva o morro, leva a serra, tudo vem despencar

Fica provado que o homem retrocede
Quando fere a natureza que faz tudo girar

Maldição que forjou
Do poder invasor

E quando chove, escorre a água pelas pedras
Leva o morro, leva a serra, tudo vem despencar

Fica provado que o homem retrocede
Quando fere a natureza que faz tudo girar

Maldição que forjou
Do poder invasor

Composição: Laura Campaner / Luisa Gimenez